A partir das revelações feitas pelo Grupo Globo, por meio das reportagens de Malu Gaspar e Merval Pereira, que apontam o ministro Alexandre de Moraes em conversas com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre o Banco Master, a crise já crítica se intensificou, sem sinais de fim. O escândalo do contrato de R$129 milhões do escritório de advocacia da mulher do ministro com o Banco Master, datado de janeiro de 2024, já havia aproximado perigosamente a família Moraes e o banqueiro Daniel Vorcaro. Existe uma linha do tempo que cruza tudo isso, e é neste ponto que cabe uma explicação muito pertinente para decifrar códigos ainda obscuros para a sociedade. A nota oficial de Moraes, tem os atores, mas não as datas dos encontros confessados. A nota oficial, na íntegra: “O ministro Alexandre de Moraes esclarece que, em virtude da aplicação da Lei Magnitsky, recebeu para reuniões o presidente do Banco Central, a presidente do Banco do Brasil e o presidente e o vice-presidente Jurídico do Banco Itaú. Além disso, participou de reunião conjunta com os presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da Febraban, do BTG e os vice-presidentes do Santander e Itaú. Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito.” O Master é investigado desde 2024, e afunilou para a liquidação do banco por parte do Banco Central, e várias prisões, inclusive do dono do Master. Daniel Vorcaro, e vários executivos do banco, foram presos no dia 17 de novembro após descobertas de fraudes no mercado financeiro. No meio do caminho apareceram outros protagonistas para a compra do Master, por cifras bilionárias, como o Banco de Brasília, Grupo Fictor, consórcio de investidores dos Emirados Árabes, entre vários outros envolvidos. Mas, o Banco Central soltou um sonoro NÃO para o negócio. Lembrando que o ministro Dias Toffoli impõe o sigilo máximo no caso do Banco Master, no dia 2 de dezembro, trazendo para seu colo toda e qualquer decisão do inquérito, e impedindo investigações até mesmo da Polícia Federal. Cabe pontuar que alguém está faltando com a verdade à medida que um lado, os jornalistas dizem que o encontro do ministro com o presidente do BC tratou de pedidos para intervenções a favor do Master (cheio de detalhes), e do outro lado, o ministro alega que o tema foi a Lei Magnitsky. A caneta do ministro, que persegue incansavelmente a imprensa profissional, não teria que interpretar como uma fake gigante por parte da Globo, neste caso? Contando essa história, só com os peixes grandes envolvidos, deixando os bagrinhos e as piabas de fora, desfilam os seguintes personagens: Já sobre as datas, fica mais complicado avaliar, uma vez que nem Malu Gaspar e Merval Pereira, nem a nota oficial do Moraes, trazem datas em seus relatos. O que sobrou em termos de datação, foi: . 2024 – Início das investigações contra o Banco Master; . Janeiro de 2024 – Contrato do escritório da Viviane Bacci com o Banco Master; . 17 de novembro de 2025 – Prisão de Vorcaro e executivos do Banco Master; . 18 de novembro de 2025 – Banco Central decreta liquidação extrajudicial do Banco Master; . 30 de julho de 2025 – Alexandre de Moraes é sancionado pela Magnitsky; . 22 de setembro de 2025 – Viviane Barci, seus filhos Gabriela, Alexandre e Giuliana Barci de Moraes e o Instituto Lex, são sancionados pela Magnitsky; . 12 de dezembro de 2025 – As sanções da Magnitsky contra a família e a empresa são derrubadas. As dúvidas e afirmações não são muitas, mas o peso delas seriam cruciais para responder o que está acontecendo neste gigantesco emaranhado de sucção de verdades, de betoneiras de dinheiro, do furacão de injustiças e dos temporais de abuso(s) de autoridade(s), todas peroladas por interesses de todos os lados. De todos os discursos dos envolvidos, há, no meu ponto de vista, uma proposital confusão generalizada. O ministro Moraes, e os que os margeiam, são sancionados no CPF, mas o negócio vai se enrolar para dentro da função de servidor público que ele é, o que acaba tirando lascas carnais no poder judiciário, numa instituição da república, o STF, na Constituição Federal, e do outro lado, crimes recaem sobre CNPJs de bancos, empresas e, ainda atingem uma terceira ponta que é a própria ordem econômica e política do país inteiro, desequilibrando todo o sistema republicano e social nacional, e porque não, até na nossa sofrida democracia. E o papel da imprensa militante, neste momento, que ao que tudo indica, parece ter soltado a mão do Alexandre de Moraes? Vários jornalistas começaram a “dar pra trás”? Representa-os, dois dos mais atuantes na proteção do sistema até há pouco tempo. A própria Malu Gaspar e o Merval Pereira, além de há algum tempo, editoriais impensáveis como o da Folha de São Paulo e da própria Globo, começaram a bater com força no STF e em Moraes. O que aconteceu, afinal? E as reuniões, tanto as citadas pela imprensa, quanto as citadas pelo Moraes, aconteceram em que tempo? Antes da Magnitsky, depois do Master, depois da Magnitsky, antes do Master, e aí? Gaspar dá uma dica, com direito a confronto atrevido! Hoje, sobre o prisma da dúvida temporal da matéria da própria Gaspar e do Merval (que não falam de datas), da nota oficial do Moraes (que também não cita data nenhuma), muito menos a nota chinfrim do Banco Central confirmando o Moraes (apresentando um medo daqueles), a jornalista global fez comentários (quase como um depoimento no balcão da PF), que se não teve o propósito de desmentir Moraes (mas o fez, elegantemente), no mínimo o contradiz, e ainda o desafia. Vai responder Moraes? Assista ao trecho da fala da Malu Gaspar: E agora Josés e Marias… o tema do(s) encontro(s) com o Galípolo do BC foi sobre o Banco Master ou foi sobre a Magnitsky? Eu