A partir deste sábado (29), Hong Kong decretou três dias de luto oficial pelas 128 vítimas do incêndio no Wang Fuk Court, em Tai Po. É o pior incêndio da região em oito décadas.
John Lee, chefe do Executivo, esteve na cerimônia na frente do governo ao lado de outras autoridades. Todos ficaram quatro minutos em silêncio. O governo ainda abriu vários pontos na cidade para que a gente possa deixar mensagens e homenagens.
Ainda não se sabe o paradeiro de cerca de 200 pessoas, entre elas 19 empregadas domésticas das Filipinas. O fogo começou na tarde de quarta, nos andaimes de bambu que cercavam as torres em reforma. O Wang Fuk Court tem mais de 4.600 moradores em 1.800 unidades.
Mais de 800 bombeiros, 128 caminhões e 57 ambulâncias foram enviados para apagar o fogo. As primeiras investigações já apontam negligência, falhas na estrutura e indícios de corrupção nas obras. O órgão anticorrupção prendeu oito envolvidos, entre eles um engenheiro consultor, o responsável pelos andaimes e um intermediário.
Antes mesmo do incêndio, a polícia prendia três funcionários da Prestige Construction – dois diretores e um engenheiro. Eles são acusados de homicídio culposo e de usar materiais inflamáveis, como placas de espuma que tapavam as janelas.
Agora investigam se a contratação da empresa foi feita de forma irregular. Chris Tang, secretário de Segurança, disse que os alarmes de incêndio falharam na hora do desastre. Moradores contam que as telas e os andaimes ajudaram o fogo a se espalhar.
Mesmo com reclamações em 2024 sobre o estado do prédio, as autoridades rotularam o Wang Fuk Court como de “baixo risco”.
Mais de 900 voluntários montaram um ponto de apoio num shopping próximo, distribuindo comida, roupa, itens de higiene e apoio psicológico às famílias. John Lee anunciou um fundo de 39 milhões de dólares para ajudar os sobreviventes. Empresas chinesas também prometeram doações para a recuperação.
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