O FBI iniciou uma investigação sobre uma possível falsificação em um documento que teria servido de base para a prisão de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, uma decisão proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A informação foi tornada pública pela defesa de Martins, representada pelo advogado Ricardo Fernandes. Segundo Fernandes, há fortes indícios de manipulação nos registros migratórios apresentados no processo. Autoridades tanto americanas quanto brasileiras estão empenhadas em apurar como o documento fraudado teria sido criado e, posteriormente, utilizado para embasar a prisão.
O caso ganhou notoriedade e solidez após o governo dos Estados Unidos confirmar oficialmente que Filipe Martins não realizou qualquer entrada no país na data específica mencionada pela acusação, contrariando o que foi alegado no processo.
A Sustentação da Defesa e as Provas Contrariadas
A defesa de Filipe Martins argumenta que a prisão preventiva do ex-assessor foi fundamentada em um arquivo digital supostamente encontrado no computador do tenente-coronel Mauro Cid, que atua como delator no caso.
Para demonstrar a inconsistência e a fragilidade das provas, o advogado Ricardo Fernandes buscou diretamente o CBP (Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos), na cidade de Orlando. O órgão americano, por sua vez, confirmou que não existe qualquer registro de entrada de Filipe Martins nos Estados Unidos na data que está sob investigação.
Sigilo, Geolocalização e as Implicações para o Futuro
Embora o advogado considere a hipótese de manipulação de provas como plenamente plausível, ele ressalta que muitos detalhes do caso permanecem sob sigilo judicial. Fernandes também revelou que a Polícia Federal já detinha dados que comprovavam a permanência de Martins em território brasileiro. Essas informações foram obtidas através de métodos como geolocalização de celular e registros de aplicativos de transporte, que indicavam que o ex-assessor não havia deixado o Brasil.
Ricardo Fernandes classificou a prisão de Filipe Martins como “precipitada e baseada em elementos frágeis”, sublinhando que os novos desdobramentos, especialmente a apuração do FBI, têm o potencial de alterar de forma significativa o rumo de todo o processo. Caso a fraude seja confirmada pela investigação americana, isso poderá colocar em xeque não apenas a legalidade da prisão, mas também a conduta das autoridades envolvidas na investigação, em particular a do ministro Alexandre de Moraes.
