A recente megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, revelou a dura realidade do crime organizado: entre os 117 suspeitos mortos, um adolescente de apenas 14 anos foi identificado. Natural de Nova Iguaçu, sua morte foi confirmada na lista de 115 identidades já confirmadas pelas autoridades. Outro menor, de 17 anos, também foi abatido na mesma ação.
A Polícia Civil informou que o adolescente de 14 anos tinha seu envolvimento com o tráfico de drogas documentado em publicações nas redes sociais. Uma das imagens analisadas mostra o jovem no Complexo do Alemão portando um fuzil, o que ilustra a brutalidade precoce do crime.
O menor de 17 anos, por sua vez, possuía um histórico preocupante, com antecedentes por associação ao tráfico e um mandado de busca e apreensão em aberto no momento da operação. Ele também foi fotografado empunhando armamento pesado, confirmando seu papel nas facções.
Entre os mortos, a lista aponta para 12 figuras importantes, identificadas como lideranças regionais do Comando Vermelho (CV) atuantes em diversos estados do Brasil. Quatro eram da Bahia, três de Goiás, dois do Pará, dois do Amazonas e um do Maranhão, demonstrando o alcance nacional da facção e a relevância da operação.
Fernando Henrique dos Santos, 29 anos, conhecido como Perequito ou Fernandinho, de Goiás, era um dos principais comandantes do CV em seu estado, classificado pela polícia como de “alta periculosidade”. Adan Pablo Alves de Oliveira, 28 anos, também de Goiás, liderava o “Bonde do Madruga”.
Da Bahia, Fábio Francisco Santana Sales, 31 anos, era o principal líder do CV em Feira de Santana. Diogo Garcez Santos Silva, 31 anos, conhecido como DG, também de Feira de Santana, exercia forte liderança local e tinha influência nas ações criminosas no Complexo da Penha.
Emerson Pereira Solidade, 27 anos, conhecido como Piter ou Pity, outro baiano, liderava o CV na cidade mineira de Jacinto, próxima à divisa com a Bahia, mantendo comunicação direta com a cúpula do CV no Rio. As investigações revelam que Piter era responsável pelo repasse de drogas e armamentos para Minas Gerais e Bahia, com um extenso histórico criminal que incluía porte ilegal de arma, tráfico, associação para o tráfico e homicídio.
