O documento do Banco Central que serviu como base para magistrada mandar soltar Daniel Vorcaro

Um ofício do Banco Central ajudou Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, a ter a prisão preventiva anulada. A desembargadora Solange Salgado, do TRF-1, liberou o empresário neste sábado (29) depois de ler o documento que descrevia uma reunião ocorrida poucas horas antes da ação policial que apurou supostas fraudes de R$ 12 bilhões.

A defesa de Vorcaro juntou ao caso um papel assinado por Paulo Sérgio Neves de Souza, vice‑chefe da supervisão bancária do BC. O documento mostra que o empresário esteve numa videoconferência com Aílton de Aquino Santos, diretor de fiscalização, e Belline Santana, chefe da supervisão, em 17 de novembro.

Na reunião online, que durou das 13h30 às 14h10, Vorcaro contou aos fiscais do BC que iria para Dubai. Quase nove horas depois, por volta das 22h, ele foi preso no aeroporto de Guarulhos ao tentar embarcar num avião particular rumo a Malta.

A desembargadora explicou que trocou a prisão preventiva por medidas cautelares, dizendo:

Ela decidiu que o risco de fuga pode ser controlado com uma medida mais leve: a entrega e retenção do passaporte, que considerou adequada e proporcional.

O Banco Central informou que nem o diretor de fiscalização nem a supervisão bancária receberam nenhum e‑mail ou mensagem escrita sobre a viagem para fechar negócios com investidores árabes. Tudo que Vorcaro disse foi oral, na videoconferência, que não foi gravada.

A defesa de Vorcaro pediu o ofício e, assim, ele foi feito. No documento, o empresário descreve as ações que estavam sendo tomadas para resolver a falta de liquidez do Conglomerado Master.

Ele também contou como pretende vender o conglomerado. Segundo o documento, Vorcaro está negociando a divisão do Grupo em três partes para diferentes compradores. Por isso pediu que a audiência marcada para 19 de novembro de 2025 fosse adiantada, já que planejava anunciar até 17 de novembro a venda do Banco Master S.A. a investidores nacionais e, no mesmo dia, viajar a Dubai para assinar o contrato com investidores estrangeiros que entrarão no novo acionista da instituição.

O ofício diz que Vorcaro avisou que faria, ainda naquela tarde, uma videoconferência com o pessoal do Departamento de Organização do Sistema Financeiro. Ele disse que nessa reunião informaria que o contrato de compra e venda seria protocolado naquele dia para iniciar a autorização pelo BCB.

Vorcaro afirmou que pretendia assinar o contrato de venda da Will Financeira no dia 18 de novembro e que queria anunciar até o fim da semana a venda do Banco Master de Investimentos.

Na Operação Compliance Zero, técnicos do BC contaram à PF e ao MPF que receberam pressões políticas para favorecer o Banco Master. Primeiro, a pressão foi para aprovar a compra do banco pelo BRB, que o BC rejeitou em setembro; depois, para adiar uma intervenção e abrir caminho a outra proposta.

Quando questionado, o Banco Central preferiu não se pronunciar.

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