O governo, às pressas e sem ordem, quer colocar Jorge Messias no STF, mas a responsabilidade acabou caindo nos senadores.
Cansado do improviso, Davi Alcolumbre, presidente do Senado, cancelou a sabatina de 10 de dezembro e enviou o calendário de volta ao Palácio do Planalto.
Mesmo depois de nomear Messias oficialmente, o governo federal errou feio ao não mandar a mensagem formal de indicação ao Senado, documento que o processo precisava.
Para piorar, Jaques Wagner, líder do governo no Senado, disse de forma agressiva que não tinha data para enviar a mensagem, e isso provocou Alcolumbre.
Alcolumbre viu essa fala como uma tentativa de mexer no calendário da Casa, algo que só o Senado pode decidir.
Sem avisar ministros ou aliados, Alcolumbre agiu de surpresa e mostrou quem manda de verdade nas regras.
Disfarçando que quer evitar ‘vício regimental’, ele parou o processo. A sabatina não ganhou nova data e parece que será deixada para 2026.
A escolha deixa à mostra a fraqueza da estratégia do governo, que achava que nomear e publicar no Diário Oficial bastava. Não basta.
Não enviar a mensagem formal mostrou claramente a falta de coordenação dentro do Planalto.
Se a sabatina for adiada para 2026, o governo chegará ao ano eleitoral já enfraquecido, com a imagem manchada diante do Senado e do público.
Todo o corre-corre do governo para colocar Messias acabou em desordem: nomeou, anunciou, mas não cumpriu a formalidade. Resultado: Alcolumbre, usando sua “caneta de frear”, provou quem realmente comanda o Senado.
A lição para o governo Lula é simples: anunciar não resolve. É preciso organizar, acelerar a burocracia e respeitar o tempo do Congresso, algo que até agora só trouxe atrasos e dores de cabeça.
Nos bastidores, quem acompanha Alcolumbre já acha que a sabatina só vai aparecer depois das eleições de 2026.
