Um caso curioso: o policial civil Augusto Torres Galvão Florindo, detido por aceitar suborno em Campo Grande (MS), é marido da promotora Luciana Schenk, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
Luciana chefiou a 16ª Promotoria de Justiça em Campo Grande e, por anos, liderou o Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gacep). Ela ainda serve como assessora especial na Corregedoria‑Geral do MP.
Em abril de 2015, Luciana passou a coordenar o Gacep, que fiscaliza a conduta dos policiais no MS, e permaneceu no cargo até junho de 2024, quando foi realocada para a Corregedoria do MPMS.
A Polícia Federal prendeu Augusto Florindo quando ele recebeu R$ 130 mil pela venda de celulares contrabandeados. No depoimento, ele admitiu o delito e apontou outros policiais. A Associação Sul‑Mato‑Grossense de Membros do MP elogiou a conduta impecável da promotora.
Augusto passou no concurso da Polícia Civil do MS em agosto de 2014, quase um ano antes de Luciana entrar no Gacep. Desde novembro de 2023, ele está na Garras, a delegacia que combate roubos a bancos, assaltos e sequestros, depois de ter servido em várias outras unidades.
A ASMMP publicou, no Instagram, uma nota de apoio à promotora, ressaltando que Luciana tem “conduta ilibada, ética impecável e dedicação exemplar ao MPMS” ao longo de sua carreira.
O texto afirma que ligar o nome da promotora à prisão de Augusto é “tendencioso e gera comentários ofensivos, até criminosos, que vão além da liberdade de expressão”.
