Esta semana o governo Trump aumentou a pressão sobre as big techs, mandando os consulados recusarem vistos H‑1B para quem trabalha com moderação de conteúdo, algo que o Partido Republicano vê como risco à liberdade de expressão.
As grandes empresas de tecnologia usam o visto H‑1B para trazer profissionais qualificados de fora.
Segundo mensagens internas que o Washington Post e a Reuters divulgaram, um candidato perde o direito ao visto se já trabalhou em moderação exigida por governos estrangeiros, seguiu políticas que o Partido Republicano chama de “contra a liberdade de expressão”, ou atuou em checagem de fatos, combate à desinformação ou tarefas parecidas.
Trump colocou a defesa da liberdade de expressão no centro da política externa, atacando constantemente medidas europeias que, segundo Washington, silenciam vozes conservadoras.
Um memorando de 2 de dezembro pede que os consulados verifiquem currículos e perfis no LinkedIn dos candidatos e de seus dependentes, procurando indícios de trabalho em desinformação, checagem de fatos, moderação, compliance ou segurança na internet.
Se encontrarem sinais de que a pessoa participou de censura de expressão protegida, o visto será negado conforme a lei de imigração.
A regra vale para qualquer visto e chega junto com um endurecimento geral da política migratória: agora o H‑1B custa US$ 100 mil e, a partir de 15 de dezembro, todos os solicitantes precisam ter perfis públicos nas redes sociais.
Quando questionado, o Departamento de Estado disse que não vai comentar vazamentos e reforçou que estrangeiros que vêm aos EUA para censurar americanos não terão visto. As big techs ainda são as maiores usuárias do H‑1B, recebendo profissionais principalmente da Índia, China e Canadá.
