Os procuradores do ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL) enviaram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, um pleito para que seja autorizada a realização imediata de cirurgia. O pedido foi formalizado depois que Bolsonaro realizou exames de ultrassonografia na tarde de domingo, 14 de dezembro, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde continua preso.
A petição informa que os exames revelaram duas hérnias inguinais. A equipe médica concluiu que o tratamento adequado é cirúrgico e considerou a intervenção urgente. A defesa sustenta que a operação não pode ser feita no interior da prisão. O hospital apontado para a cirurgia é o DF Star, também em Brasília, com estimativa de internação de cinco a sete dias.
No mesmo documento, os advogados reproduzem o parecer médico assinado pelo Dr. Claudio Birolini.
“O médico responsável pelo acompanhamento, Dr. Claudio Birolini, elaborou novo relatório médico, no qual, de forma expressa e fundamentada, reitera a necessidade de realização do procedimento cirúrgico de herniorrafia inguinal bilateral, em regime de internação hospitalar, sob anestesia geral, com tempo estimado de permanência entre cinco e sete dias”, diz o texto apresentado ao STF.
A defesa argumenta que a situação demanda providências imediatas e alerta para os riscos à integridade física do ex‑presidente caso a autorização não seja concedida.
“A indicação médica formal de cirurgia imediata apenas tornam mais evidente o risco concreto à integridade física do sentenciado caso permaneça em regime fechado, sem acesso contínuo, célere e adequado aos cuidados médicos de alta complexidade de que necessita”, afirmam os advogados.
Além de pedir a autorização para a cirurgia, a defesa renovou o pedido de prisão domiciliar humanitária. Na solicitação, os advogados deixam claro que não se trata de medida preventiva abstrata, mas de uma necessidade clínica comprovada.
“Não se está diante de hipótese remota ou preventiva abstrata, mas de necessidade médica atual, objetiva e comprovada, cuja postergação expõe o peticionário (Bolsonaro) a risco real de agravamento súbito, internação emergencial e possíveis complicações cirúrgicas evitáveis. A realização do procedimento de forma planejada, em ambiente hospitalar adequado, com acompanhamento pós‑operatório e fisioterapia motora, revela-se não apenas recomendável, mas indispensável”, registraram.
