O senador Eduardo Girão (Novo‑CE) alertou que decisões recentes do Supremo Tribunal Federal envolvendo o Banco Master podem indicar conflito de interesses e exigem esclarecimentos imediatos.

Girão citou a suposta viagem do ministro Dias Toffoli a Lima, na Argentina, acompanhada por um advogado do Banco Master, pouco antes de o magistrado proferir uma decisão de sigilo máximo sobre o caso. O parlamentar propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação.
“O senador Esperidião Amin (PP‑SC) já está com a CPI, ainda sem número, há dois meses no plenário. Vamos ver se, antes do recesso, ela é numerada. É um passo. Pedi à Comissão de Transparência informações sobre quem viaja em jatinhos, quem são os poderosos que se deslocam de um lado ao outro. O Toffoli viajou com o advogado do Banco Master para assistir à final da Libertadores em Lima e depois decretou sigilo máximo… Perderam o pudor.”
O senador também apontou um episódio envolvendo o ministro Flávio Dino, que, segundo ele, se soma a uma série de abusos acumulados pelo STF. Girão relacionou o julgamento de Filipe Martins – ex‑assessor internacional da Presidência no governo Jair Bolsonaro – como exemplo de irregularidades.
Durante o julgamento, o advogado de defesa Jeffrey Chiquini foi retirado da tribuna. Girão questionou se o mesmo procedimento teria sido adotado caso a advogada fosse Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, que possui contrato de R$ 129 milhões para defender o Banco Master.
“Qual teria sido o comportamento de Flávio Dino se na tribuna estivesse a advogada Viviane Barci de Moraes? Será que ele teria o mesmo procedimento? Pagos aí em milhões por mês, não se justifica jamais. Está tudo errado. Desde o início, esse processo de Filipe Martins está contaminado por acusações levianas e nunca provadas.”
Fonte: Agência Senado
