A imprensa de esquerda acusa o banqueiro André Esteves, CEO do BTG Pactual, de ter sido a fonte das informações que a jornalista Malu Gaspar, do O Globo, recebeu.
O motivo da raiva de Esteves contra o ministro é detalhado em matéria da Revista Fórum. O banco Master, de Daniel Vorcaro, competia com o BTG no mercado de aplicações e cobria taxas de até 140% do CDI. Isso atraiu mais correntistas para o Master, prejudicando o BTG. Em resposta, Esteves teria pressionado o Banco Central e a Fazenda para que o Master fosse intervenido. As operações do Master eram consideradas suspeitas e perigosas. Em 2024, Vorcaro contratou o escritório de Viviane Barci, esposa de Alexandre de Moraes. Esteves passou a perceber a influência de Xandão em sua disputa contra o Master e, então, começou a propagar boatos de Faria Lima sobre o ministro. O Master foi submetido à intervenção do Banco Central, mas a situação não se resolveu. Esteves passou a acreditar que Alexandre de Moraes iria se vingar dele. A divulgação do contrato do banco de Vorcaro no blog do O Globo não teve o efeito esperado, levando à pressão sobre Galipolo.
A disputa envolve grandes atores. Esteves mantém laços estreitos com autoridades influentes, incluindo o ministro Gilmar Mendes. Recentemente, Gilmar e Esteves receberam o ex-presidente colombiano Iván Duque. Gilmar descreveu o encontro: ‘Ao lado de André Esteves, recebi o ex-presidente Iván Duque na última quinta-feira, durante a primeira edição do Fórum de Buenos Aires. Por pouco mais de uma hora, discutimos os desafios da democracia na América Latina, como o avanço do populismo, o protecionismo econômico e o autoritarismo, que tenta cooptar o Judiciário. Foi uma conversa muito proveitosa, que reforçou o objetivo do Fórum de Buenos Aires de intensificar o diálogo e buscar soluções conjuntas para os problemas da região. Agradeço a Iván Duque pela presença e a André Esteves pela mediação.’
Isso demonstra que a situação envolvendo Moraes está complicada. Se a revista de esquerda estiver correta, Moraes teria interferido nos negócios de um banqueiro.
Gonçalo Mendes Neto. Jornalista.
