A Jogada Silenciosa da Família Bolsonaro para 2026

Pedro Albuquerque, chief investment officer da TC, previu com precisão a decisão de Flávio Bolsonaro de concorrer à Presidência em 2026. Para ele, o movimento não foi inesperado; estava sendo preparado nos bastidores da direita há algum tempo.

“A candidatura do Flávio Bolsonaro não é uma grande surpresa”, afirmou, citando o senador antes mesmo de a candidatura ser oficializada.

“Falei da possibilidade do Flávio Bolsonaro”, reforçou.

Albuquerque aponta que o mercado e a opinião pública deixaram de perceber a reorganização discreta da família Bolsonaro após a prisão do ex‑presidente. Segundo o analista, o ambiente interno era de isolamento, com a sensação de abandono que acabou impulsionando a escolha de Flávio como sucessor imediato. Essa escolha, segundo ele, tem lógica estratégica: manter o projeto político enquanto Jair Bolsonaro está impedido de disputar.

O ponto central da crítica de Albuquerque à elite econômica é a subestimação da capacidade de Jair Bolsonaro de transferir votos.

“O Bolsonaro tem mais de 30% dos votos”, declarou, ressaltando que essa base permanece fiel mesmo com o ex‑presidente encarcerado.

Ele afirma que essa fidelidade não se fragmenta; ao contrário, segue para quem Jair apoiar.

O analista lembra que o mercado ignorou a histórica capacidade de mobilização de Jair. Em 2018, por exemplo, o então candidato superou Geraldo Alckmin mesmo sem estrutura partidária ou apoio institucional. Na visão de Albuquerque, o mesmo padrão pode beneficiar Flávio agora: “Se o Bolsonaro está empatado com o Lula, por que o Flávio não subiria?”

A transferência automática de apoio, segundo ele, explica por que candidatos sem o respaldo da família enfrentam limitações severas:

“Achando sem o aval do Bolsonaro, a chance pra mim beira zero”.

Albuquerque reserva as críticas mais duras ao mercado financeiro, acusando a “Faria Lima” de estar “delirante”. Ele argumenta que a elite econômica analisa a política através de filtros ideológicos próprios, alheios à realidade do eleitorado médio.

Ele destaca ainda uma tendência do mercado de buscar “o candidato ideal”, ignorando que as eleições brasileiras são moldadas por mobilização, narrativa e pertencimento. Nesse cenário, Flávio carrega o principal ativo eleitoral da atualidade: o selo Bolsonaro.

Além disso, o analista observa que parte dos investidores ainda acredita que Tarcísio Gomes de Freitas seria o nome natural para 2026. Essa leitura, segundo Albuquerque, ignora o ponto crucial: Tarcísio não recebeu o apoio da família Bolsonaro, o que reduz drasticamente seu potencial competitivo.

A afirmação mais contundente de Albuquerque sintetiza sua visão estratégica:

“A família Bolsonaro é o sistema”.

Para ele, não existe direita competitiva no Brasil sem alinhamento com esse núcleo. O bolsonarismo, ao seu ver, deixou de ser apenas um fenômeno e se consolidou como estrutura permanente, abrangendo desde o eleitorado fiel até o ecossistema digital e midiático.

Albuquerque afirma que Flávio, como parte orgânica dessa estrutura, não depende de artifícios ou acordos externos. Sua candidatura, em sua avaliação, é “muito mais séria do que essa galera está comprando”. Ele ainda garante que Flávio “veio pra ficar”, descartando a ideia de uma candidatura improvisada.

O analista prevê um choque institucional durante a campanha, que “vai ter uma atuação muito mais truculenta do Supremo Tribunal Federal”.

Ele entende que o STF vê o avanço do bolsonarismo como ameaça direta e tende a reagir intensamente contra qualquer tentativa de retorno dessa força ao centro do poder. Essa dinâmica pressiona ainda mais a campanha de Flávio, que deverá enfrentar investigações, decisões monocráticas e possíveis constrangimentos judiciais.

Para Albuquerque, esse ambiente tensionado pode reforçar a narrativa de perseguição, o que costuma mobilizar a base bolsonarista com grande vigor.

Outro ponto que destaca é o dinamismo da opinião pública. Flávio apresenta baixa rejeção pessoal e alto reconhecimento do sobrenome, combinação que ele considera rara e poderosa.

“O Flávio tem um potencial de subir nas pesquisas muito alto.”

O analista acredita que esse crescimento pode ser rápido, sobretudo se Flávio se posicionar como continuação legítima do pai, mas com um estilo menos confrontacional. Essa postura poderia atrair setores da direita moderada e indecisos, decisivos no segundo turno.

A leitura de Pedro Albuquerque desafia o consenso atual da elite econômica e de parte da imprensa. Para ele, subestimar Flávio Bolsonaro seria repetir o erro de 2018. A candidatura possui lastro, narrativa, estrutura e, sobretudo, a bênção do principal eleitor do país: Jair Bolsonaro.

O aviso final resume sua posição:

“É possível que o Flávio ganhe eleição. Não dá para subestimar o nome Bolsonaro.”

Para Albuquerque, a disputa de 2026 não será apenas sobre Flávio. Será sobre o quanto o sistema político e econômico do país entende – ou deixa de entender – a força do bolsonarismo.

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