A Defesa Civil de São Paulo emitiu um alerta grave: um ciclone extratropical de alta intensidade atingirá a Região Sudeste do Brasil a partir da madrugada deste sábado (8).
O fenômeno trará ventos que podem alcançar impressionantes 115 km/h em algumas áreas, superando as rajadas de 90 km/h que causaram destruição parcial na fábrica da Toyota em Porto Feliz em setembro.
O sistema de baixa pressão avança do Paraguai em direção à costa de Santa Catarina e ao litoral sul paulista. A combinação entre o calor pré-frontal e a chegada de uma frente fria cria condições para chuvas intensas, possível queda de granizo, raios frequentes e rajadas de vento extremas.
César Soares, meteorologista da Climatempo, detalha que a tempestade se intensificará a partir desta sexta-feira, ganhando força e sendo classificada como ciclone extratropical ao atingir a região costeira na madrugada de sábado.
O Litoral Norte paulista enfrentará as rajadas mais severas, com potencial de 115 km/h. No Vale do Ribeira e na Baixada Santista, os ventos podem chegar a 110 km/h. A Região Metropolitana de São Paulo, Campinas, Sorocaba e o Vale do Paraíba estão sob alerta para rajadas de até 100 km/h.
Mesmo em Presidente Prudente, Marília, Araçatuba, São José do Rio Preto, Barretos, Franca, Ribeirão Preto, Bauru e Araraquara, onde os ventos devem alcançar 95 km/h, há risco de destelhamentos e quedas de árvores. Cenário semelhante ao da tempestade de setembro, quando ventos de 98,2 km/h atingiram o Campo de Marte.
Soares aponta que as condições de ventos intensos e chuva forte com risco de alagamentos persistirão durante todo o sábado. O sistema só deve se afastar para alto mar e enfraquecer no domingo. Até lá, o risco para microexplosões atmosféricas não é descartado.
O Sul do país também será afetado, com temporais previstos para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina durante o avanço da tempestade. Linhas de instabilidade podem provocar tempestades já na madrugada de sábado em várias áreas de São Paulo.
Diante da gravidade, o Gabinete de Crise da Defesa Civil de São Paulo estará mobilizado neste sábado (8), considerado o dia de maior potencial para tempo severo. A atenção máxima está na força dos ventos, que, acima de 100 km/h, aumentam drasticamente o risco de danos estruturais, interrupções de energia e quedas de árvores.
A preocupação das autoridades é fundamentada no histórico recente, como a destruição causada na fábrica da Toyota por ventos de 90 km/h em setembro. Com rajadas previstas para superar essa marca em diversas regiões, a população deve adotar medidas preventivas.
O fenômeno da microexplosão atmosférica é uma corrente de ar descendente originada em nuvens de tempestade que, ao atingir o solo, se dissipa horizontalmente, gerando ventos acima de 100 km/h.
Uma microexplosão pode afetar até 4 km de diâmetro, agindo como um sopro horizontal que derruba estruturas na mesma direção ou radialmente. Pode causar danos graves e localizados, como destelhamentos e tombamento de árvores, similar ao ocorrido na fábrica da Toyota.
As chuvas previstas também representam risco. A Defesa Civil classificou os acumulados esperados: Presidente Prudente e Marília em “Muito Alto Acumulado”; Araçatuba, São José do Rio Preto, Barretos, Franca, Ribeirão Preto, Bauru e Araraquara em “Alto Acumulado”.
A Região Metropolitana de São Paulo, Vale do Ribeira, Itapeva, Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Baixada Santista e Litoral Norte devem registrar “Médio Acumulado”. Essas precipitações podem causar alagamentos, enxurradas e instabilidade em encostas, especialmente em áreas de risco mapeadas.
A resposta coordenada envolverá Corpo de Bombeiros, concessionárias de energia e gás, e outras instituições no Centro de Gerenciamento de Emergências. As Defesas Civis de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro trabalharão de forma integrada, compartilhando informações sobre o deslocamento do ciclone.
