Nunes Marques, ministro do STF, ordenou que Wanderlei Barbosa, do Republicanos, volte ao cargo de governador do Tocantins agora mesmo. A liminar, dada nesta sexta (5), cancela o afastamento que o STJ havia imposto desde setembro, quando a PF iniciou a Operação Fames-19.
Wanderlei ficou afastado por 90 dias, até 2 de dezembro. O STJ, por meio do ministro Mauro Campbell Marques, havia decretado o afastamento enquanto investigava alegados desvios em contratos de cestas básicas na pandemia.
Em sua decisão, Nunes Marques destacou que tirar do cargo um governador eleito é algo muito sério.
Ele achou que deixar o afastamento em vigor seria uma interferência exagerada na gestão do estado.
O STF citou o caso de Ibaneis Rocha, do MDB, que também foi afastado temporariamente no DF, como exemplo. Nunes Marques reforçou que a democracia e o voto do povo devem ser respeitados.
A Operação Fames-19 está checando contratos feitos em 2020‑2021. A PF investiga fraudes em licitação, peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e crime organizado ligados à entrega de cestas básicas na pandemia.
Os alegados desvios aconteceram quando Wanderlei ainda era vice‑governador e chefe da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas). A Setas controlava dinheiro federal para a assistência social durante a pandemia.
A PF descobriu que as contratações foram feitas direto, sem regras técnicas, parecendo superfaturamento e favorecimento a empresas já escolhidas. Eles ainda investigam a primeira‑dama, Karynne Sotero, que teria intermediado os negócios, preparado documentos e dividido os lucros do esquema.
