Uma grave crise sanitária atinge o Hospital Santa Rita, referência oncológica em Vitória (ES). Um dos centros cirúrgicos foi obrigado a fechar as portas após 33 funcionários apresentarem sintomas de uma infecção ainda não identificada, mas que levanta sérias preocupações. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou o caso, e equipes do Ministério da Saúde já estão no local para apurar os fatos.
Além dos profissionais, há outras 12 suspeitas envolvendo acompanhantes de pacientes internados em diferentes unidades da Grande Vitória, ampliando o alerta. Apesar da gravidade, a Sesa afirma que a doença não é transmissível entre pessoas, restringindo-se ao ambiente hospitalar, o que direciona as investigações para as instalações da instituição.
O secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann, esclareceu que o centro cirúrgico fechado está próximo à ala oncológica do SUS, que possui cerca de 40 leitos. Dois outros centros do hospital, por ora, seguem funcionando com medidas de segurança reforçadas. A situação expõe a vulnerabilidade de ambientes hospitalares e a necessidade de fiscalização rigorosa.
As autoridades sanitárias trabalham com a hipótese de que a contaminação seja por bactéria ou fungo, possivelmente ligada a falhas no sistema de água ou no ar-condicionado. Amostras estão sendo analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen-ES) e pela Fiocruz no Rio de Janeiro, com resultados esperados para a próxima semana.
Dos 33 profissionais diagnosticados, seis permanecem internados (três em enfermaria e três em UTI), enquanto dois já receberam alta. É um alívio que não haja registro de pacientes com câncer infectados; os imunodeprimidos foram transferidos preventivamente, mas a situação dos funcionários é crítica.
Os primeiros sintomas surgiram em 13 de outubro, com febre, dor no corpo, mal-estar e cefaleia. Dias depois, alguns apresentaram dor torácica, levando à internação. Exames de imagem mostraram alterações pulmonares semelhantes, indicando um agente infeccioso comum e levantando questionamentos sobre a rapidez na identificação e contenção.
A Sesa instaurou uma sindicância para apurar possíveis falhas no hospital e prometeu boletins diários. Desde 22 de outubro, o Santa Rita suspendeu novas internações e intensificou a higienização. A postura proativa é essencial, mas a questão é como essa situação pôde chegar a tal ponto.
Diante do cenário, outras unidades como Unimed Vitória e Vitória Apart reforçaram protocolos de biossegurança e voltaram a exigir máscaras. A Secretaria Estadual de Saúde emitiu nota técnica orientando hospitais a redobrarem cuidados com higiene, controle de visitas e limpeza de sistemas de ventilação, um lembrete severo dos riscos constantes na área da saúde.
