A ineficácia do ‘acordo de paz’ em Gaza se revela: o Hamas, longe de ser aniquilado, aproveita a retirada das tropas israelenses para se reorganizar e reassumir o controle do território, praticando o achaque contra seu próprio povo. Tudo isso, sob o olhar complacente do Ocidente.
Netanyahu já havia declarado a ‘aniquilação do Hamas’ como objetivo central da guerra, uma meta que muitos consideraram irrealista devido ao enraizamento do grupo na população de Gaza. Agora, com o reagrupamento terrorista, a realidade começa a se impor ao mundo ocidental.
Essa complacência remete ao affair Altalena, nos primórdios do Estado de Israel, em 1948. Naquele contexto pós-independência, o primeiro-ministro Ben Gurion buscava unificar todos os movimentos de defesa sob as Forças de Defesa de Israel (FDI).
O grupo radical Irgun, liderado por Menachen Begin, recusou-se a entregar suas armas às FDI. Ben Gurion agiu com decisão inabalável: diante de um carregamento de armas para o Irgun vindo da Europa a bordo do navio Altalena, ele ordenou o bombardeio da embarcação, afundando as armas e causando baixas entre os compatriotas.
Ben Gurion não tolerou dissidências desse tipo, que considerava inadmissíveis em um Estado nacional, comparando o Irgun ao Hamas de Israel — um grupo que desejava varrer os árabes da Palestina. A pergunta que permanece é: onde está o Ben Gurion dos árabes da Palestina?
