A linha de costura, assim como os costureiros que a manejam, provém do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal.
A peça a ser costurada é uma calça da marca Impeachment. Está abandonada, empoeirada, com seus bolsos furados, cós danificado, caimento do gavião desalinhado e barra por fazer.
A linha do Senado, especificamente nas mãos do costureiro Alcolumbre, está emaranhada dentro do STF, nas mãos de alguns dos ministros da casa.
Não à toa, Alcolumbre se senta em cima ou engaveta vários e vários pedidos para resgatar a coitada da calça, anos a fio, e no caso em voga, hoje sequestrada pelo Alexandre de Moraes e que só ele veste.
Já dentro do STF, um destes ministros, e vejo no Gilmar Mendes um hábil costureiro, está desemaranhando a linha do Alcolumbre, que vê no movimento a liberdade para costurar a calça, atendendo a pedidos dos consumidores que querem vesti‑la, desfilando com ela orgulhosos e esperançosos pelas ruas e shoppings do país.
A quatro mãos, os costureiros puxam a linha para cá, tiram um nó aqui, outro ali, e assim que tiver certeza de que sua linha passará livre pelo buraco da agulha, sem ter a possibilidade de parecer um camelo, Alcolumbre vai colocar a calça na máquina. E o rei, que antes a vestia, estará nu?
Por enquanto, a barra é o primeiro ponto da calça que está sendo feita. A costura precisa esconder os puídos que já tem e evitar encostar no chão para não voltar a puir.
Nossa percepção, sob o pilar do desespero e os tropeços do Xandão, a pressão da Faria Lima e o serviço, subserviência e oportunismo da imprensa militante, nos permite alcançar costuras atrevidas numa calça antes proibida de se tocar!
