A polêmica sobre o apoio federal à segurança pública no Rio de Janeiro se aprofunda. O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, declarou nesta terça-feira (28/10) que o governador Cláudio Castro (PL) não o procurou para solicitar ajuda na megaoperação policial contra o Comando Vermelho, deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha.
A fala do ministro contrapõe as graves acusações de Castro. O governador fluminense responsabilizou o governo Lula por negligência, alegando que pedidos de apoio logístico para a ação — especificamente o empréstimo de veículos blindados — foram recusados por três vezes, mesmo diante da urgência da situação.
A megaoperação, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes, já contabiliza mais de 60 mortos, incluindo quatro policiais, e se tornou a mais letal da história do estado. Em entrevista coletiva, Castro havia detalhado a recusa federal, intensificando o debate sobre a colaboração entre União e estado.
Em resposta, Lewandowski reforçou que o Ministério da Justiça mantém uma cooperação contínua com o governo fluminense desde 2023, por meio da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP). O ministro destacou que o apoio federal ao Rio de Janeiro segue vigente até 16 de dezembro de 2025, com possibilidade de renovação, em uma tentativa de descreditar as queixas de Castro.
A ação visa desarticular lideranças do Comando Vermelho e retomar o controle de áreas dominadas pelo tráfico. Criminosos reagiram com barricadas, drones, explosivos e disparos de fuzil, gerando intensos confrontos e um saldo trágico. Já são mais de 60 mortos na operação.
