Tom Stoppard, dramaturgo e roteirista que ganhou o Oscar pelo filme “Shakespeare Apaixonado”, morreu neste sábado (29) aos 88 anos, em Dorset, no sudoeste da Inglaterra, por causas naturais. Seus representantes dizem que ele faleceu tranquilo, em casa, ao lado da família.
Ele colecionou cinco Tonys, o maior prêmio do teatro, e levou o Oscar e o Globo de Ouro pelo roteiro de “Shakespeare Apaixonado” (1998), escrito com Marc Norman. No filme, Gwyneth Paltrow ganhou o Oscar de melhor atriz em 1999, batendo Fernanda Montenegro, de “Central do Brasil”.
Tom Stoppard nasceu Tomáš Straussler na Tchecoslováquia em 1937. Antes de fazer dois anos, seus pais judeus fugiram da invasão nazista e foram para Singapura em 1939. Depois que o pai morreu na ocupação japonesa, a família foi para a Índia. Mais tarde, a mãe se casou com o oficial britânico Kenneth Stoppard, que adotou Tom e o irmão, e eles se instalaram na Inglaterra.
Com 17 anos, largou a escola e virou jornalista em Bristol, onde escreveu suas primeiras peças de rádio. Depois, mudou-se para Londres e trabalhou como crítico de teatro usando o nome falso William Boot.
Ele ficou conhecido em 1966 com a peça “Rosencrantz & Guildenstern estão mortos”, apresentada no circuito alternativo de Edimburgo. Em 1990, Stoppard a transformou em filme, com Gary Oldman e Tim Roth nos papéis principais. Entre seus outros sucessos no teatro estão “Jumpers” (1972) e “The Real Thing” (1982).
No cinema, trabalhou com Steven Spielberg nos roteiros de “Império do Sol” (1987) e “Indiana Jones e a Última Cruzada” (1989). Também ajudou em “A Casa da Rússia” e no filme “Brazil”. George Lucas pediu sua consultoria para “Star Wars: A Vingança dos Sith” (2005) e Spielberg para “A Lista de Schindler” (1993).
Ele se descrevia como um “libertário tímido”. Recebeu a Ordem do Império Britânico em 1978 e foi nomeado cavaleiro em 1997.
Em 2008, chegou ao Brasil pela primeira vez para a sexta edição da FLIP, em Paraty. Stoppard deixa mais de 30 peças de teatro e vários trabalhos para cinema e TV.
