Nelson Rodrigues já dizia que o pior da democracia é mostrar o poder dos idiotas, que são a maioria das pessoas.
Os ministros milionários do STF, como sempre, voltam a atacar o povo. Em vez de proteger a Constituição, como manda o artigo 102, tentam despedi‑la. Quem fala em nome da chamada “confraria dos argentários do supremo” nas cidades da Terra dos Papagaios é Gilmar Mendes, que a imprensa adora chamar de “decano”.
Gilmar fez o papel de pop‑star: chegou sorrindo, deu entrevistas, saiu acompanhado de quatro seguranças para a TV gravar. Tudo isso para promover a mudança que tirou dos brasileiros o direito de solicitar impeachment de um ministro do STF.
Além disso, quem controla a Constituição elevou o número de votos que o Senado precisa para abrir um processo de impeachment contra ele e os outros ministros.
Ele ainda decretou que só o procurador‑geral da República pode iniciar um impeachment contra os ministros do STF.
Com isso, todos os ministros ficam blindados. Eles podem errar, abusar ou trapacear, e nenhum dos 213 milhões de brasileiros pode denunciá‑los. Só o procurador tem permissão para acusar os “Supremos”. Foi Gilmar quem estabeleceu essa regra.
Assim, o “divino” protege a cúpula do Judiciário, fere a Constituição, ignora o Senado e corta o povo. Ele deixa claro que não precisa de ninguém. É supremo. É divino.
Gilmar, achando que o povo é inútil, anulou a legitimidade dos cidadãos da Terra dos Papagaios para falar de impeachment, que antes era regida pelo artigo 41 da Lei 1.079/1950.
A Lei do Impeachment dizia que qualquer cidadão pode denunciar um ministro do STF ao Senado.
Acusar um ministro seria ataque ao Estado de Direito? Que absurdo! Na verdade, denunciar irregularidades mantém o Estado de Direito nos trilhos.
O jornalista Josias de Souza escreveu isso no UOL:
Gilmar, defendendo sua própria proteção, acrescentou:
Gilmar afirma que só a ameaça de impeachment já seria suficiente para intimidar os juízes.
Essa fala sem sentido é pura mentira do ministro. O que realmente enfraquece a democracia é ele derrubar leis consolidadas e invadir a competência de outros poderes. Pedidos de impeachment não ameaçam a democracia; eles existem em todas as constituições e servem para controlar abusos. O Senado e o povo usam esse mecanismo para fiscalizar o Judiciário.
Flávio Dino, que também se acha intocável e acha o povo inútil, defendeu rapidamente o argumento de Gilmar.
Parece que o ministro está sendo perseguido, diz a Folha em sua manchete de 4 de dezembro de 2025.
Existem 56 pedidos de impeachment contra Moraes. Na corte atual, Gilmar Mendes tem 12, ficando em segundo, e Flávio Dino, ex‑ministro de Lula, tem 8, ocupando a terceira posição.
Gilmar e Dino não têm vergonha nenhuma. Fingem que nada acontece, mas os pedidos de impeachment surgem porque há crimes cometidos pelos ministros.
Hoje, o mundo civilizado reconhece os crimes dos ministros supremos da Terra dos Papagaios.
Os EUA sancionaram esses ministros e aplicaram a Lei Magnitsky contra eles.
A lista inclui Luís Roberto Barroso (renunciou), Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Paulo Gonet, procurador‑geral da República.
Isso mesmo, Paulo Gonet, sancionado, é o único que pode denunciar os ministros, conforme a mudança de Gilmar.
O STF envergonha todos os brasileiros honestos!
Nenhum país democrático tem ministros do supremo sancionados.
Por que eles não são julgados se julgam todo mundo? São 99 pedidos de impeachment contra os ministros, que precisam ser avaliados. Se forem culpados, devem ir para a cadeia como qualquer outro. Eles usam a lei contra os outros, mas não querem que ela se aplique a eles. Gilmar admite que o medo está por trás dessa ilegalidade.
Gilmar e seus aliados sabem que nas eleições de 2026 os candidatos vão apontar os abusos do STF, e os brasileiros vão escolher senadores que prometam cassar os ministros culpados via Lei de Impeachment.
A verdadeira razão da blindagem do STF é o medo de perder o cargo e acabar na prisão pelos crimes que enfrentam.
Mas nós, povo, somos idiotas, não entendemos nada, somos inúteis:
Os versos citados vêm da música “Inútil”, da banda Ultraje a Rigor, escrita por Roger Moreira. Gravada em 1983, saiu no álbum de 1985 “Nós Vamos Invadir Sua Praia”. Nos anos 80, jovens que protestavam por eleições diretas cantavam essa música nas ruas.
Roger escreveu a canção para despertar o brasileiro a votar bem, buscar conhecimento e questionar o país, inclusive usando a linguagem certa. Os erros de concordância na letra são propositais, para chamar atenção e fazer o ouvinte refletir sobre suas escolhas.
A revista Rolling Stone Brasil considera “Inútil” a principal canção de protesto do rock brasileiro dos anos 80.
Professor com pós‑graduação em Língua Portuguesa – Ênfase em Produção Textual, pela UFAM.
