Morreu nesta segunda-feira (27), aos 70 anos, o ator e músico sueco Björn Andrésen, eternizado por seu papel em “Morte em Veneza”. Sua morte marca o fim de uma vida que, apesar da fama precoce, foi profundamente afetada pelas duras acusações contra o diretor Luchino Visconti.
Andrésen ganhou notoriedade internacional aos 15 anos no filme de 1971, onde interpretou um jovem que despertava a obsessão de um homem mais velho. O próprio diretor Visconti o apresentou como “o menino mais bonito do mundo”, um apelido que o acompanharia e marcaria por toda a vida.
Contudo, a fama trouxe um pesado fardo. Em entrevistas, Andrésen relatou seu profundo desconforto durante a promoção do longa, afirmando: “Eu me sentia como um animal exótico trancafiado”.
O artista sueco teve uma relação abertamente conflituosa com o legado do filme. Ele chegou a declarar que mandaria Visconti “ir se f****” caso o diretor ainda estivesse vivo, e o descreveu como “um predador cultural que sacrificaria qualquer coisa ou qualquer pessoal em prol do trabalho”.
Andrésen afirmou, ainda, que Visconti “f**** de verdade” com sua existência e que nunca mais falou com ele após as filmagens.
Sua história, incluindo os desafios impostos por essa experiência, foi documentada em “O Garoto Mais Bonito do Mundo”, lançado em 2021 e premiado no Festival de Sundance. Nascido em 1955, Andrésen construiu uma carreira com mais de 30 produções entre filmes e séries, tendo um de seus trabalhos mais recentes em “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” (2019). Ele foi casado com a poeta Susanna Roman, com quem teve dois filhos.