A arquiteta Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, está detida há sete meses na Prisão Provincial de Banteay Meanchey, no Camboja. Sua família alega que ela foi vítima de tráfico humano, com substâncias ilícitas supostamente plantadas em seus pertences.
O julgamento de Daniela, acusada de tráfico de drogas, está marcado para esta quinta-feira (23) no país do Sudeste Asiático. A versão dos familiares é de que ela viajou em 30 de janeiro, atraída por uma oferta de emprego em telemarketing.
Ao chegar, Daniela notou irregularidades no local de trabalho e moradia, especialmente a exigência de entregar seu passaporte. Rapidamente, descobriu que a função consistia em aplicar golpes em brasileiros, o que a levou ao desespero e ao pedido para deixar o complexo.
Segundo o relato de uma irmã, em 26 de março, policiais apareceram no dormitório e prenderam Daniela por posse de três cápsulas ilícitas, que teriam sido plantadas. Após a prisão, seu celular foi tomado e criminosos extorquiram a família, que transferiu cerca de R$ 27 mil antes de perceber a fraude.
O primeiro contato da família com Daniela ocorreu em 29 de março. A brasileira informou ter solicitado um teste toxicológico para provar sua inocência, mas o pedido foi negado pelas autoridades cambojanas.
Uma ONG local tem oferecido assistência jurídica. No Brasil, os familiares organizaram uma campanha online para arrecadar R$ 60 mil, visando cobrir gastos com advogados, passagens e necessidades básicas.
O caso de Daniela se alinha a um padrão observado em outras vítimas brasileiras de redes de tráfico humano no Sudeste Asiático. Tais organizações frequentemente usam falsas promessas de trabalho legítimo e bem remunerado para atrair estrangeiros para atividades criminosas.
