Na quarta‑feira (3), o ICE prendeu o brasileiro Carlos Portugal Gouvêa, 47 anos, professor e advogado. Ele teve o visto cancelado depois de atirar com uma arma de pressão perto de uma sinagoga em Brookline, nos arredores de Boston. O disparo aconteceu em 2 de outubro de 2025, véspera do Yom Kippur, a data mais sagrada do judaísmo.
Ele trabalhava como professor visitante em Harvard quando, em 16 de outubro, o Departamento de Segurança dos EUA anulou seu visto J‑1. Esse visto serve a quem participa de intercâmbios culturais, como estudantes e docentes.
Ao ser questionado, Gouvêa alegou que estava “caçando ratos”. O governo dos EUA, porém, rotulou o caso como “antissemita” em seu comunicado oficial.
No dia 13 de novembro, ele aceitou um acordo com a justiça dos EUA e se declarou culpado de disparo ilegal de arma de pressão. As demais acusações – conduta desordeira, perturbação da paz e danos à propriedade – foram retiradas como parte do acordo.
Segundo o governo dos EUA, ele decidiu sair do país por vontade própria, ao invés de ser deportado. O comunicado não diz onde ele está detido nem quando vai realmente deixar os Estados Unidos.
Harvard suspendeu o professor e o colocou em licença depois do fato.
Gouvêa leciona direito na USP e ajudou a criar o Instituto Sou da Paz, fundado em 1997 para diminuir a violência e salvar vidas no Brasil. Ele também fundou e dirige o Instituto de Direito Global, que estuda justiça social e ambiental.
