Diego Garcia, relator da Republicanos-PR, disse que não deve cassar o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na CCJ da Câmara.
Na terça‑feira (2), anunciaram que vão contestar a sentença do STF, que condenou a parlamentar a 10 anos de prisão e à perda do mandato por suposta invasão ao sistema do CNJ.
Garcia disse que não há provas claras de que a deputada tenha participado do ataque cibernético.
Mesmo com o STF pedindo a perda do mandato, cabe à Câmara decidir a cassação. Garcia criticou a base da condenação, dizendo que só teve acesso limitado ao processo e que o ministro Alexandre de Moraes recusou seus pedidos de documentos.
Ele atacou a prova usada, dizendo que tudo se baseou só no depoimento de Walter Delgatti, o hacker apontado. Garcia ainda mostrou que Delgatti mudou o que disse em várias fases do processo.
Garcia contou que tem sido difícil falar com Zambelli, que está presa na Itália. Ele acha que há sinais de perseguição política e que o ministro Moraes agiu como vítima e juiz ao mesmo tempo.
Em maio, Zambelli saiu do Brasil antes da decisão do STF e foi para a Itália, onde tem cidadania. Lá foi presa e agora espera o julgamento do pedido de extradição.
No dia 24 de setembro, mesmo presa, Zambelli entrou na audiência da CCJ por vídeo. Ela contou que a prisão afetou sua saúde: “Se você me vê assim, pareço uma velha, ando devagar, não consigo levantar fácil. Tenho forte dor de cabeça, fibromialgia em alta, e acho que tudo isso vem da decepção e da perseguição”, disse.
Agora o plenário da CCJ vai analisar o caso e decidir se aceita o parecer de Garcia ou recomenda a cassação, como o STF pediu. A decisão final sobre o mandato de Zambelli ficará a cargo do plenário da Câmara.
