O Senado dos Estados Unidos barrou a tentativa de limitar as ações militares do presidente Donald Trump contra a Venezuela. Nesta quinta-feira (6), em Washington, uma resolução que visava proibir operações militares sem autorização do Congresso foi rejeitada por 51 votos contra e 49 favoráveis.
A maioria republicana no Senado, com 53 das 100 cadeiras, foi decisiva para que a proposta não fosse aprovada, já que exigia maioria absoluta.
Durante reunião na quarta-feira (5), com a presença dos secretários de Estado Marco Rubio e de Defesa Pete Hegseth, foi constatado que o governo Trump não possui fundamentação jurídica específica para bombardear o território venezuelano. No entanto, o Congresso decidiu não impor essa restrição.
O representante democrata Adam Schiff comentou que, apesar de o governo não querer guerra, a “abordagem caótica” do presidente pode gerar mudanças rápidas. O senador Mark Warner, também democrata, destacou que o parecer jurídico não menciona a Venezuela.
Nos últimos dois meses, as forças dos EUA realizaram pelo menos 16 operações no Pacífico e sul do Caribe, resultando em 65 mortes. As vítimas foram classificadas como “narcoterroristas” envolvidos no tráfico de drogas.
Parlamentares, tanto democratas quanto republicanos, têm criticado a falta de transparência sobre essas operações, questionando a ausência de evidências sobre atividades de tráfico, informações sobre as vítimas e os custos das ações.
No mês passado, uma resolução similar que buscava suspender os ataques americanos contra embarcações já havia sido rejeitada por 51 a 48 votos.
A Constituição americana estabelece que presidentes devem obter autorização do Congresso para operações militares prolongadas. Adam Schiff defendeu antes da votação que o Congresso deveria reafirmar sua responsabilidade constitucional.
O presidente Trump tem apresentado posições por vezes contraditórias sobre o tema. Ele confirmou ter autorizado operações de inteligência da CIA na Venezuela e mencionou a possibilidade de ataques, mas recentemente negou considerar ações militares dentro do país.
